quinta-feira, 23 de março de 2023

Das promessas - Que azia!

 Se fosse por ela não gostar do meu cheiro, se meu sorriso cheio de dentes ameaçasse acabar com sua autonomia, se conversar comigo despertasse um tédio tão profundo que a fizesse se engolir em um bocejo ou se minha pele e nosso contraste a constrangesse, não haveria caô.

Daria sete passos para trás, mergulharia em mim, afogaria minhas expectativas para poder respirar.

Mas se é pela construção prisional, que ainda que flerte com a fluidez dos ritmos da vida, mas que ainda não descobriu "o que fazer com essa tal liberdade". E se por isso protege o que sustenta os caminhos, bom, aí é foda...

De proteção não dá nem para ter raiva, tbm tenho meus amuletos. De caminhos não dá pra ter nem raiva, também estou caminhando.

Mas por não sentir raiva eu não destruo isso que me engasga. Por não destruir carrego um estômago cheio de borboletas e uma pele que arde sempre que ela, com essa cara cheia de gestos, brinca comigo: ora esmaga, ora abre com os dentes e olhos uma fresta que convida a possibilidades.


                                 II

De poucas palavras, de muitos olhares:

Torce o nariz, mexe os cabelos, sorri e

                     Fecha.

Serem poucas as palavras nunca foi incomodo, escassas mas preciosas, presente companhia.

São poucas e as vezes desejo que fossem nenhuma e uma boca enfim, calasse a outra.

A conversa que quero continuar foi dança, não palavra, foi música e corpo. Conversa gritante, entusiasmada, sem vogal nem consoante mas desde então, constante.

...Leanndru












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