quinta-feira, 23 de março de 2023

Das promessas - Que azia!

 Se fosse por ela não gostar do meu cheiro, se meu sorriso cheio de dentes ameaçasse acabar com sua autonomia, se conversar comigo despertasse um tédio tão profundo que a fizesse se engolir em um bocejo ou se minha pele e nosso contraste a constrangesse, não haveria caô.

Daria sete passos para trás, mergulharia em mim, afogaria minhas expectativas para poder respirar.

Mas se é pela construção prisional, que ainda que flerte com a fluidez dos ritmos da vida, mas que ainda não descobriu "o que fazer com essa tal liberdade". E se por isso protege o que sustenta os caminhos, bom, aí é foda...

De proteção não dá nem para ter raiva, tbm tenho meus amuletos. De caminhos não dá pra ter nem raiva, também estou caminhando.

Mas por não sentir raiva eu não destruo isso que me engasga. Por não destruir carrego um estômago cheio de borboletas e uma pele que arde sempre que ela, com essa cara cheia de gestos, brinca comigo: ora esmaga, ora abre com os dentes e olhos uma fresta que convida a possibilidades.


                                 II

De poucas palavras, de muitos olhares:

Torce o nariz, mexe os cabelos, sorri e

                     Fecha.

Serem poucas as palavras nunca foi incomodo, escassas mas preciosas, presente companhia.

São poucas e as vezes desejo que fossem nenhuma e uma boca enfim, calasse a outra.

A conversa que quero continuar foi dança, não palavra, foi música e corpo. Conversa gritante, entusiasmada, sem vogal nem consoante mas desde então, constante.

...Leanndru












sexta-feira, 8 de julho de 2016

Meu sentimento não me valium tostão

Tomo meus medicamentos,
Sinto meu eu comprimido

O grito que perturba
me acalma.

Essa pilula que me cala
me acaba.

Eles passarão,
O Mario passarinho.*
Eu,
pasalix...


Leanndru Sussmann . . .

https://www.youtube.com/watch?v=aj1yKwH73Rs

* https://www.youtube.com/watch?v=7TT3mkPTZvY

    domingo, 15 de maio de 2016

    Como desaparecer

    Com os olhos me fecho.
    distancio-me de tudo
    para dentro.

    E

    Cansado da viagem em que me afundo
    Repouso em um não lugar
    no qual finalmente,
    desapareço.

    E

    Nesse profundo
    O grito mais alto
    Seco,
    Oco,
    Não encontra superficies,
    Não entorta linha,
    Morre como quem não viveu

    E

    Alivia.


    Leanndru Sussmann

    Moisaico Mundo

    Diferenças compondo
    um Mosaico Mundo
    que insite em acreditar
    que o caos se opõe à harmonia
    e
    Vive em seus espaços
    a fantasia de ser quebra-cabeça.

    Ah! Mosaico Mundo caduco
    Nao Enxerga?
    São cores diferentes
    Que embelezam tudo.

    Leanndru Sussmann

    domingo, 6 de março de 2016

    RARA

    Todas as palavras,
    Olho no olho ( e um foge)
    Sem pingo fora do “i”.
    Talvez,
    Se o muito fosse raro
    E o que era raro fosse pouco mais
    Seria o ainda, ao invés do fim.
    Gota a gota
    Nem a primeira nem a última.
    É a torneira pingando bugre velho
    Que faz ultrapassar os limites do copo.
    Se houvessem mais dias de carinho
    Beberia as gotas sem sombra fresca.
    Fúria casulo, amor maior borboleta
    Mas, precisa se transformar…
    Só ao se transformar…
    Todas as palavras
    Tantas jogadas fora
    Tantas desgastadas
    Inutilmente usadas.
    Se essas calassem
    O fim emudeceria
    E os sorrisos diriam
    , sem pingo fora do “i”,
    Até o fim…

    quarta-feira, 2 de setembro de 2015

    .

    O tempo perguntou ao tempo quanto tempo o tempo tem. O tempo não pode responder. Morava em São Paulo e estava sem tempo.

    O despertador me alerta, tenho 6 horas para dormir. Ansioso, perco o descanso pensando se conseguirei descansar.
    Berros agudos sem palavras me levantam, e  já com o café na minha boca percebo que me arrumei: Automático, maquínico, pão com requeijão,  gasolina, piloto automático. Bati o ponto (que dia da semana? Como mesmo cheguei aqui?). Caminho sulcado, rotina implacável, corpo preso aos trilhos, senso critico calejado.
    Domingo sei que vou me distrair. Marquei algo com não sei quem que não vejo há não lembro quanto tempo. Mas, logo vejo no celular (se conseguir escapar do labirinto de aplicativos exigindo minha atenção, aplicativos mimados, chorando com suas luzes, me puxando com sua vibração). Olhando a agenda descubro o que marquei (memoria externa, que dia do mês é mesmo?).
    Atendi, trabalhei, fiz curso presencial, fiz curso a distancia, academia, limpei a casa, lavei e estendi a roupa,  dei risada, dei comida ao gato, limpei sua areia,  ouvi musica, preparei o trabalho de amanha, vi minha série, um pouco da timeline, banho, dentes, converso com minha mulher, transamos, damos risada, tenho 6 horas para dormir e não fiz nada no dia de hoje. Nunca da para fazer nada nos dias de hoje...

                                          Meu coração bate cem anos a cada dia.

    ...Leanndru Sussmann

    quinta-feira, 9 de julho de 2015

    Carinho

    Carinho, abra um sorriso,
    Nos encontramos assim, eu sei,
    já no meio do caminho
    e pela vontade de estar perto
    parece, as vezes, tarde.

    Essas tantas marcas
    de alegrias e lutas passadas
    os lutos e as lagrimas até encontrar por fim
    , um no outro,
    o perfeito colo,
     o merecido descanso.

    Talvez moça teu ecanto
    não iria me afetar.
    Talvez moço meu canto,
    não iria lhe encantar.

    A alegria do "para sempre"
    é sempre do meio para o final.
    Quero a historia que não contam
    que não vende que não sonham
    nas telas de cinema.

    O teatro de varanda
    Mãos dadas, menos fadas,
    O sorriso enrugando, mais calma.
    E o ineveitável destino
    por fim nos abraça
    e o felizes para sempre
    é tão pouco, tão pouco,
    perto do nosso, mesmo diferente,
    felizes sempre.



    . . . Leanndru Sussmann

    quarta-feira, 17 de setembro de 2014

    O Mundo em Mim

    Coração vagabundo,
    Amedrontado,
    um peito que desconhecia amor.
    Amor que não habitava ninho.

    É um grave problema não voar quando se é passarinho.

    Canoro vagabundo,
    quer o mundo mas vai, de mansinho,
    aqui e acolá, caindo
    na armadilha qual tenta escapar.

    Passarinho feliz não para de cantar,
    mesmo quando o enganam para usa-lo de jaula
    e a ele enjaular.

    A insolação da Tuta

    Sua verdade,
    direta, na cara, com força.
    Eu ferido e você quem demorava a se curar.
    Meu cuidado, seu escarro:
    Cerrava os dentes e me roía a razão,
    me entortava de fora,
    dizia "me adora"
    e me amava um furacão.

    Mas,
    era nessa boca rangendo,
    nos punhos fechados,
    os olhos vermelhos,
    que cuspia sinceridade,
    não como esses de amena falsidade,
    que agora me olham e fogem.
    Com raiva,
    mas estava ali
    ao meu lado.



    Leanndru Sussmann

    quinta-feira, 29 de maio de 2014

    Coloro!

    No presente tempo agora qual;

    Descabe "eu" em qualquer corpo;


    transcende o limite da pele minha flor;

    Ascende meu "mim" para além do permitido;

    Desabrocha-me interiores para fora;

    E minha superficialidade se viscéra no emimmesmado mais profundo.

    Fica requerido, com extrema urgência, que se possa conjugar o defectivo "explodir" em primeira pessoa do singular.

    Pois que atravessado de vida, transgrido a gramática e, ela permitindo ou não,

    EU EXPLUDO!
    EU EXPLUDO!
    EU EXPLUDO!



    ...Leanndru

    terça-feira, 15 de abril de 2014

    Esses

    Aqueles que dizem " Os Homens tem essências"
    não me conhecem!
    Já fui para lá de passarinho,
    rastejei vil barata,
    floreei de rato,
    escarrei bem-te-vis.
    Quando a mudança se fez constante,
    fui cristal.


    Só tem essências quem não vive,
    não se afeta,
    aquela moça que ainda olha da janela,
    e não vê a vida passar.


    Leanndru Sussmann




    https://www.youtube.com/watch?v=3hW3GXw1l7s

    domingo, 17 de fevereiro de 2013

    De volta.


    as pessoas em São Paulo correm
    Meninas de vestido correm
    Homens sem terno Correm
    De muletas os injuriados correm
    Velinhos, vagarosamente , correm.
    Por entre as pernas cadeirantes correm
    e correm todos os dias, para chegar  atrasados nos mesmo lugares de todos os dias.
    Ah drummond, prefiro mil vezes aquela vida besta, a essa tao idiota

    quarta-feira, 6 de junho de 2012

    DE NÊGA



    De neve,
    escondia sua pele.
    Queria ser palida,
    queria ser esguia,
    nao sabia quanta beleza tinha
    em sua cor.

    De barro,
    como debochavam.

    atrapalhavam seus passos,
    negavam-lhe o proprio amor.

    De salto,
    brinco e colar.
    No alto,
    é camarote! é camarote!
    por todo dinheiro do mês
    e ainda vai faltar.


    Destrato,
    no ato
    nao aproveita
    nem elogio, nem alcool.
    em suas coxas

    escorre suor,
    cheira a força,
    sem direçao
    sem meta.

    nega, nao seja
    branda nao haja
    no peito aproveite
    ,o grito,
    por menor que venha.

    De neve de barro,
    no carro no bairro,
    todos falam
    "la vai ela" "la vai ela"
    de leve de neve,
    devania a nega.
    quao melhor
    , do breu,
    seria,
    se nua, se sua,
    levantasse,
    gingasse e rodasse,
    se entregasse e
    dona de si
    sonhasse.
    de salto de posse
    de si se orgulhasse.

    quinta-feira, 10 de maio de 2012

    Motejo




    vá curar tua tristeza,
    que seu coração só tem valor
    quando é pra me amar.

    Vá,
    vá secar esse seu rosto
    que do sal nao quero gosto,
    da tua boca a me beijar.

    Vem,
    vem depressa seu moço
    que em minha vida o desgosto
    já não acha mais lugar.

    Leva embora sua vontade
    peito só protejo o meu
    e pela atençao que eu mereço
    não sobra nada pra te dar.
    Não quero ouvir sua lamúria
    nem sentir o seu penar
    o que pra mim não faz sentido
    fora da vida há de estar.

    E
    se seu sorriso for minguando,
    e junto de ti me deixar,
    quando sobrar só estranheza
    e nada mais quiser me dar.
    ficarei triste escondida
    e com um sorriso vou sambar...

    com um sorriso vou sambar...


    Leanndru Sussmann

    quinta-feira, 24 de novembro de 2011

    Tangente

    Voce,
    brincadando de doer,fazendo doer, vendo sofrer.
    Malabarizando prazeres,
    incitando contratempos,
    a esmo abrindo
    outras mais feridas.
    Julgando que é assim
    que vai te-lo pra si
    pois saiba bem sabido,
    a dor que um dia
    cansa de doer
    vai fazer por onde
    nao mais te querer.

    (quando doi um amor, outro nao cura
    mas distrai,
    e sempre tem alguem na esquina....)

    Nessa esquina tantos labios,
    nessa esquina tanta labia,
    Nessa esquina me atina,
    e lembro.
    Ah mas cada gole é veneno
    matando uma lembrança sua,
    deixando outras pessoas nuas,
    e em me perder,
    que bom!
    nao te encontro mais.

    Leanndru

    quarta-feira, 3 de agosto de 2011

    Crase

    A ira em fúria fere e foge
    a luxuria em orgia espalha o que é dor,
    se encontram por acaso,
    contato espasmo,
    olhares calafrios,
    um toque sutil
    e deu-se.
    Um dia estavam nus
    pecados unidos
    patriarca bandido
    matriarca assassina
    brincam de roubar/matar a felicidade
    sadismo lúdico.
    um sopro no ouvido
    matrimonio natural
    flor da pele e fogo
    o filho é dor.
    puxa-lhe os cabelos
    morde-lhe os peitos
    estapeia-lhe a cara
    geme, roda, sua
    sussurra e morrem.
    será que a ira estraçalha a luxuria?
    será que a luxuria devora a ira?

    deles nasce um anjo reto.
    r-e-t-o!
    Entorta o mundo e canta gospel
    g=o=s=p=e
    vai morar no interior e odeia São Paulo
    o--d--e--i--a
    é querido por todos, e sabe-se o demônio
    ----------demônio.
    Deles nasce um anjo reto.
    Reto!

    quanto aos dois sabe-se o final desde o cântico de criança, a ira sai ferida e a luxuria despedaçada....



    Leanndru. . .

    domingo, 5 de junho de 2011

    Malice e a rosa

    Alice embaixo do espelho
    em uma cama redonda
    desvendando todos os segredos
    de dentro da toca do coelho

    Alice sonhando, alucinando
    O inconsciente sufocando
    suas fantasias
    sobem e descem com seu corpo

    Alice cresceu, as rosas
    vermelhas e sua rainha feneceram
    o coelho cheira pó
    e corre sem destino

    Alice se perdeu, mais nova
    de todas as princesas
    a unica que viveu
    a morte dos contos de fada

    inicio dos contos de margem
    qual drogados e prostitutas
    estao a cantar a bela vida
    do perfeito escaparam à armadilha

    Que parece um covil de corrupção
    onde a beleza nao encontrava espaço
    provou ser, tal qual em Drummond,
    uma rosa no asfalto.


    Leanndru

    domingo, 22 de maio de 2011

    O rosto da bailarina é seu corpo enquanto dança. Sua identidade é cada passo que dá. O salto o apice da vida. Vida que coincide seu ultimo sopro, com a ultima nota da melodia. Morte que comeca com o agradecimento e termina com o rosto, ja sem maquiagem, no espelho do camarim.

    BAILEH; N'ASA NASCE um LIRIO

    Ela se atira tão alto la do alto
    para dentro de um caixa,
    as vezes de sapato,
    bem minúscula
    as vezes encantada,
    de musica

    Espriguica no ritmo do bocejo,
    se escova com gracejo,
    da corda e se põe a dançar.

    Se ela chora, se ela ri.
    Se se enrola, dentro, fora, por toda fita de Mobius
    Nao se importa!

    Se atira alto la do alto!
    E cai segurando mais um sonho
    despecado e encerrado.
    [é de olhos fechados que se sonha.É de sonhos fechados que nos movimentamos.]
    Sociedade clausura.

    Uma norma na mentira
    que nao vê a mais bela rima
    ,em uma caixa de musica,
    no dançar da bailarina.


    Leanndru

    quinta-feira, 30 de setembro de 2010

    Sobreversão

    E talvez você encontre
    Alguém que saiba, pra dentro do peito teu,
    Te mentir, bem melhor que eu.

    Um conto de fadas caduco
    No qual só no lúdico
    O “felizes para sempre” aconteceu,
    Ainda é mais aceito pelo publico
    Do que um que ninguém escreveu.

    Em meu desviado caminho
    Sequer pedra, sequer piso, de nenhuma espécie chão há,
    Não só ando mas, sozinho,
    Crio o caminho ao andar.

    Não julgue ser bom ou mal,
    Valor de nenhuma espécie no querer há .
    Por sinceridade e simplicidade
    Subverto o conceito “amar”.


    . . . Leanndru

    sábado, 28 de agosto de 2010

    Mayarada!

    Da tua boca nao sei se gosto mais,
    do que dela ouço,
    ou de seu gosto.

    Do que dela ouço nao sei,
    se os gemidos e sussuros,
    ou do conteudo
    sempre mais.

    Do gosto nao sei,
    se em minha boca,
    ou em meu corpo
    quando me leva leve,
    e nao me ensina como voltar...

    Leanndru . . .

    quinta-feira, 22 de julho de 2010

    Um teco de um pedaco de um pequeno verso sobre alegria.

    Vou brincar
    de me fantasiar
    de alegria
    e ver se a simpatia
    toma o lugar da dor.

    Leanndru

    quinta-feira, 24 de junho de 2010

    Estado...

    Estado de Ser.

    Sem me saber no momento,
    Vivendo sem movimento,
    buscando no vazio,
    acreditando um fixo.

    Sem encontrar um pedaço
    do que posso estar
    e tendo apenas um nome
    que me defina.

    Procurar descanso
    Nao na cama, mas no bar,
    em uma ponta de seda,
    encontrar a sarjeta.

    Entre labios sem rosto,
    Cheiros sem gosto,
    Pernas sem gozo.
    São costas e nucas,
    São pelos, são nuas,
    São todas elas sempre
    a mesma nenhuma.

    ___ ___ ____ ____ ____ ___ ____ ___ __

    Estando

    Sabendo-me vario.
    No meu limite pra mais.
    E em todo lugar,
    novos dias e possibilidades.

    Encontrar descanso em meu peito,
    De olhos abertos dormir
    e sonhar o possivel
    que atravesse as ja conhecidas possibilidades.

    E os labios e os rostos,
    os cheiros e os gostos,
    os corpos o gozo,
    Sao costas e nucas,
    sao pelos sao nuas,
    sao todas unicas,
    e cada uma muitas!

    Leanndru.

    quinta-feira, 22 de abril de 2010

    Suspenda

    Procurar entorpecido a liberdade de um equilibrista.
    No chao encontrar a mais dura realidade de quem pula do alto sem cordas.
    E la estirado, olhar para cima com a obstinação de quem ja conquistou o céu... e achou pouco.

    Informação nutricional

    Cerveja sem alcool,
    Café sem cafeina,
    Carne sem gordura.
    Tedio sem companhia, frio e cobertor,
    Vida sem festa,
    Corpo sem sexo.

    . . . . . Leanndru

    segunda-feira, 1 de março de 2010

    No desavesso

    Ele foi tao fundo que esqueceu de respirar!!

    Os peixes nadam no ar que respiram enquanto,
    nós, no nosso, nada...(hora de desatar esses nós!)

    Tantas regras e molecula
    densidades e tecnicas,
    tudo corrompendo nossa dor.

    Eu quero sentir, insistir e repetir.


    Quero saber o nao saber.
    Assim como as formigas sabem a terra
    [ sem considerar as minhocas:
    pois as ultimas a comem enquanto as primeiras nela
    [moram.

    E assim respirar e voar sao apenas dois usos do ar:
    Os passaros o sabem(por nao entenderem)
    e os corações sonham...

    Quero aprender a desusar o ar.

    Leanndru

    quinta-feira, 2 de julho de 2009

    Moia dzydzilelya

    I

    Me deito sem segundas intencoes
    e teu coraçao acelera,
    mas sao tao frias as tuas maos
    que em morte nada gloriosa
    me acariciam,
    minha cabeça nao é flor
    senao venenosa a seus ares
    mas estou vivo
    e depois que sonho...
    ainda vivo.

    II

    minha fonte seca, acaba a saliva
    sem hipocrisia te procuro...
    deito com todas as intencoes
    e tua pele arde,
    teu seio queima com o toque dos labios meus,
    teus olhos tremem, giram, fecham, abrem, gritam,
    tuas maos me acariciam tirando sangue,
    entre enjoo e gozo,
    dancamos com as pernas atracadas
    como dois animais mortos.
    e quando acordamos para ir dormir
    ainda estamos mortos.

    III

    Voce,
    so sem mim vive coraçao q por mim bate,
    voce vive, só sem mim.


    Leanndru

    segunda-feira, 25 de maio de 2009

    Surreal

    Dois unicos passaros voavam. Pelo chao sua sombra acompanhada de um gato.Esse gato acompanhado de um rabo!
    O rabo balançava a menina e ela dormia feito preguiça de rede. Na rede ele navegava e sentia enjoo. "navegar é preciso viver nao é!", logo, que sejam os dois somente passaros desgarrados de um bando perdido.

    Leanndru

    Bertan O´ Fils

    (passando algumas coisas do outro pra esse.)



    __Simples como vir, eu volto antes de ir para nao me atrasar.Sei que entre tantos motivos, nenhum é convincente, sejamos convenientes que sou inoportuno!
    __Nao sei onde foi que tudo começou a explodir, vejo as montanhas rachadas despencarem a mares secos, o surdo baque se espalha pelo ar que nao mais venta.
    __Passa um passo, pisco, passa um passo e um ruido, alguem parado(gotas de uma chuva que ja caiu, despencam na frente dos meus olhos rolando pela calha), estende a mao,que mao suja, nojenta, segura um pão, mordo, a mao é minha!!Passa o passo, tento levantar, musculos atrofiados, nao passo persisto, estende a mao, que mao limpa!De pe fico cego...
    __Passa o tempo "nota, fila, falante, tres, refaz, nefasta, tela,febril,letras, tortas" letras tortas é so isso, nao consigo lembrar o nome...
    __Volto pra casa vejo o vermelho amarelado amontoar borboletas, passaros, animais, vermes caidos parados em cima da terra,amor-perfeito, bem-te-vi,corre-corre que besteira!Gurda-roupa, Guarda-chuva,estrela-do-mar me traz agua, corre,corre,corre,quase imovel o coracao ainda corre, quase imovel suas maos ainda cerram, quase imovel é manha la dentro e gotas de orvalho molham escorridas em suas bochechas.Quase imovel sua boca treme, quase quieto começa a cantar, quase cegos outros olhos mal podem o sentir, estende a mao, ele agarra, quase são ele esfria e recupera, maos na terra e ela vai ser recuperada, bem-te-vi vou te ver voar!
    __Quase mudo...ele...ca...n...ta...."pinta o mundo comigo??"...Bertan, Bertan O` Fils.

    Leanndru

    domingo, 4 de janeiro de 2009

    Se um dia,
    Nem morto eu acordar,
    Ja passou... ja passou

    Se um dia
    O normal se tornar loucura
    e o real esvaziar
    Vai passar....vai passar

    Ja vivi grandes coisas
    e as coisas que ainda irei viver
    Podem passar...podem passar!

    Se um dia
    o medo me tomar
    Eu tomo o medo
    engulo a mim e me fecho
    Até passar...até passar.

    Voce me faz sorrir!

    ...Leanndru

    Só razao sem emoção nao existe. O que assim vive se perde em si. É um suicidio aos poucos, o mesmo que a emoçao faz em segundos.
    Vivemos na neutralidade. Razao e emoçao oscilando na balança, mas sem desequilibra-la.

    ...Leanndru

    quinta-feira, 18 de dezembro de 2008

    despir-se

    __Ela andava devagar...
    __ Sua bota, sua saia, sutiã , calcinha e todas suas roupas tocavam seu corpo, e ela sentia que tinha um corpo. Mas, mais que isso, era como se o corpo também a tocasse, como se ela também o vestisse, como se ele não fosse ela.
    __O que somos nós alem do corpo?
    __ Ela queria despir-se...
    .
    .
    .
    . . . Leanndru

    De Jesus a Gates

    Quem morre na cruz
    Sangra os pecados do mundo.
    Nós todos temos salvação.

    Que os homens sejam santos ou não.
    Que as imagens sejam só imagens ou não.
    Nós todos temos salvação.

    O sofrimento é o preço
    Dos erros da outra vida
    Vamos pagar mas relaxe:
    Nós todos temos salvação.

    Somos a reencarnação
    De almas alienígenas.
    Ou aquele gordinho sorridente
    Tem a paz terrena.
    Nós todos temos a salvação.

    Um dia toda loucura será aceita!

    Com o cocar e o chocalho
    Ele conversa com os deuses
    Que não são mais que a natureza.
    Nós todos temos salvação.

    Zeus, apollo, hades, morfeu
    Vênus, saturno, mercúrio
    Tem defeitos como os nossos.
    Nós todos temos salvação.

    Nenhuma onda é tão grande,
    Que possa abrir o mar no meio
    Mas ele pode, ele fez.
    Nós todos temos salvação.

    Um dia toda loucura será aceita.

    ... É preciso provas, testes empíricos, dados estatisticamentes significantes, uso da razão e uma percentagem de erro. Lembrando sempre que a verdade não é alcançável...

    Um dia toda loucura será aceita.
    Um dia toda loucura será aceita.

    Será ela nossa salvação?


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    . . . Leanndru

    segunda-feira, 15 de dezembro de 2008

    estatuas e rostos pintados...niguem sabe o que acontece

    "Cego e vejo estatuas de pedra
    em coracoes que pulsam.
    Mentiras ao dizer a verdade.
    E a verdade...há tantas verdades,
    todas opostas,
    e nao podemos saber qualé.
    Não se engane há castelos e tesouros
    no final dessas estradas
    de tijolos amarelos, verdes e roxos.
    Mas qual caminho seguir para quem tem os pes afundados na areia?
    Casebres indo ao chao,
    a mare está subindo.
    O que resta faço bem:
    Vivo cada minuto que morro
    e por cada minuto vivo mais.

    . .Leanndru

    quarta-feira, 16 de julho de 2008

    Por trás...

    ___Ele tinha desejos e tinha palavras. Não é demorado descobrir que desejo nao tem palavra embora possa ser lido em movimentos. Desejo só quem tem vê. Desejo não entende nem é entendido, palavras quebram o encanto. Ele era um encanto desencantado.
    ___Podia rodar o mundo, dizer tudo sem sentir nada, mas o que sentida de fato nao dizia. Não era de sentar em cantos de quartos escuros, nem de procurar o isolamento que atrai multidoes. Ele só tinha desejo e a palavra. Talvez a contradição de um sorriso no escuro ou daquele sussurro ao pé do ouvido que diz "Eu nao quero" e fala a verdade. Uma contradição sem palavra e sem desejo embora fosse tudo o que era.
    ___Um dia encontra-se com o objeto de seu maior desejo e o toma. Desejo nao tem polidez, pega , agarra, devora e elimina. Mas ele tambem era palavra e a disse:
    ___- Eu nao quero!
    E enquanto pegava:
    ___-Eu nao quero!
    E enquanto agarrava:
    ___-Eu nao quero!
    E enquanto devorava:
    ___-Eu nao quero!
    ___E enquanto eliminava....calava.
    ___Aquele era seu momento. O fim do desejo. O lugar sem espaço no qual desejo e palavra se encontram ambas mudas. Só ali ele podia realmente ser.
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    ___Do resto era vazio.
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    . . . Leanndru

    sexta-feira, 4 de abril de 2008

    Sem pré ou pós

    ]Daquele que por varias vezes procurou o sempre, e se tornou sempre o que sempre foi.

    O mundo gira em torno do amor.
    O mundo vira,
    o amor vira,
    vira odio,
    se torna mais forte,
    inspira o ultimo suspiro,
    e sua beleza se poe.
    O belo vira indiferença,
    e o amor?
    O amor já é de outro!
    O mundo gira em varios eixos
    mas sempre atras do amor.
    O amor que vira
    indiferença.

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    . . . Leanndru

    segunda-feira, 21 de janeiro de 2008

    Aparencia

    Ela era a beleza escrachada do alternativo mais comum possível. Ele os sentimentos a flor da pele, da sensibilidade mais primitiva. O Outro a indiferença, aquele que não se notaria se não fosse notória sua vontade de se fingir escondido.
    São muitas as situações que nos mostram que “oposto” é quase sinônimo de “a mesma coisa”. Esses três eram assim, se encontravam regularmente e chamavam-se de amigos. A desculpa eram ser únicos no mundo, como todo grupo de amigos é.
    - Como foi em Paris Ela?
    - Paris é bela! Suas luzes, suas roupas, seus perfumes... As pessoas são um pouco feias e algumas ruas cheiram mal, mas meus olhos não paravam de se encantar.
    - Como sempre se encantam mais não sentem, não é mesmo?
    - Ele, pare com isso, eu tenho sentimentos sim! Só não vejo porque me importar com eles quando há tanta coisa para ver!
    - Existem coisas para ver dentro de você também Ela. Existem pessoas feias e pessoas belas, existem odores que nem se enquadrariam em definições como “bons” e “ruins”, que estão além destas. Ah se seus olhos conhecessem as lagrimas sem
    - Eles as conhecem! Não por pouco eu choro é verdade, mas lembra quando eu perdi meu emprego e não pude ir ao Egito? Eu chorei e foi você quem me
    - Quando seus olhos conhecerem as lagrimas sem razão... Essas vem de um pais diferente. De um país que recusa teu passaporte por você não aceitar a entrega. Foge de dentro indo para qualquer lugar que seja longe, foge, na verdade, de trás do espelho, do que só se pode ver de olhos fechados.
    - Antes isso para mim, que me lamentar por nada, perder dias em uma cama olhando a parede e só pensando em nada. Antes eu só usar meus olhos para fora, do que distorcer toda realidade só para me caber dentro. Eu prefiro assim!
    - É preciso ter dentro para existir fora.
    - Sou eu uma mendiga sem casa então! Não sou tão narcisista assim para me dar essa importância. O fora me basta!
    - Ela... Só você mesmo...
    - Ele, Outro, eu tenho que ir. Amanha entrarei mais cedo...
    - Mais dinheiro mais viagens, esse é teu lema!
    - É claro! Boa noite pra vocês!
    Ele deu um gole em sua vodka e trouxe de volta a mesa os olhos que acompanharam Ela até a saída. Olhou pra o Outro que, como sempre, preferia uma conversa a dois que a três, mas não dispensava a companhia de seus dois amigos.
    - Outro, como ela pode ser assim?
    - Assim como?
    - A torre Eiffel para ela é um monte de metal iluminado, tão frio quanto ela. Prefere falar do asfalto da rua do que de sua saudade.
    - A saudade é igual em todo lugar Ele! Mas o asfalto de Paris, os metais da torre e suas luzes são só de Paris!
    - Eu não concordo Outro, veja bem. O mundo não é visto por meus olhos, são meus olhos que vêem o mundo. É através deles que exteriorizo a mim nas coisas tão cheias de outros olhos. Se estou contente, as luzes dos postes são estrelas ao alcance, me sinto tão grande que estou rodeado de universo. Se estou triste, até as estrelas são poluição. São companhia indesejada quando quero me perder na minha pequinesa! Existe a torre de metal frio, a mim importa o que faz, para cada um, que eles aqueçam!
    - A beleza esquenta para ela. Ela é uma apaixonada por ela.
    -Mas ela é como uma maquina fotográfica. Descreve com precisão pessoas e lugares, mas retira do discurso suas próprias impressões. Coisifica as coisas e só conta o que podemos ver.
    - Ela coisifica, você sentimentaliza. Qual é a diferença afinal? Ela só se importa com os olhos, os delas e os dos outros, você só se importa com os sentimentos...
    - Os olhos cegam! Tudo que eles vêem desmorona! Os prédios caem, as luzes apagam o corpo enruga e apodrece.
    - O corpo enruga e apodrece! O cérebro falha, suas memórias, seus sentimentos, também serão esquecidos. Ela, com as primeiras rugas, fará inúmeras plásticas ate ficar pior que uma boneca sem expressão. Você, quando começar a esquecer, talvez agarre a memória que mais lhe agrade, e nem perceba que já a contou inúmeras vezes quando a estiver contando de novo, de novo e de novo. Não vejo porque um é mais importante, ou menos degradante que outro.
    - E qual a saída pra você então? O que realmente importa?
    - Não há saída.
    - Então deveríamos simplesmente nada fazer? Simplesmente envelhecer sem olhar nem sentir?
    - Não faz diferença...
    - Faz sim. Pior que enrugar é estar seco, pior que esquecer é não ter o que lembrar. Você fechou os olhos e o coração. Pra quem não faz diferença estar vivo ou morto não há vida, nem beleza, nem sentido.
    - Que eu esteja morto... É só uma antecipação do que inevitavelmente vai acontecer.
    - É hora! Estou indo! Abraços...
    - Abraços!

    Ela chegou em casa, e antes de apagar a luz olhou os lençóis novos, e seu quarto impecavelmente organizado que lhe trazia conforto. Ele chegou em casa e sem mesmo acender a luz se cobriu sentindo o macio de seu cobertor e o cheiro de sua cama que lhe trazia conforto. O Outro nem se lembra se acendeu a luz, pouco importa se dormiu na cama ou na sala, dormiu no “tanto faz” que lhe trazia conforto.
    Embora sejam diferentes um belo sorriso, um intrigante e um indiferente, os três existem acomodados em uma vida comum, estereotipados de fabrica. Reflexos de pessoas que não possuem coragem para sair do quadrado em que foram colocados quando não tinham capacidade de ousar ser alguém. Os três continuariam amigos. Rugas, falhas de memória e nada viriam. Morreriam felizes por serem únicos. Contentes por serem diferentes tão iguais a todos os outros. Quantos Elas, Eles e Outros não conhecemos? Quantas vezes não somos um deles? Diferença, é só aparência nos dias de hoje.

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    . . . Leanndru

    sexta-feira, 28 de dezembro de 2007

    Personagens

    Ah o que agente ve! Só e simplismente só o que agente ve!

    Tedio criado por nós, sufoco exigido por outros, vozes necessarias , afinal, só cabelo cresce morto. Horas em frente a rios emoldurados, Maos foleando intelectualidade industrializada, braços fortes hasteando bandeiras que vieram estampadas de fabrica, até os sorrisos só mostram o dentista que podemos pagar.
    Sob tedio, vozes e esforço, encontra-se aquele primeiro choro e , depois dele, só o desejo de receber aplausos dos dedos que exigem que sejamos algo.
    Aqui voce nao me encontra. Em espelhos nao há voce. Nosso lugar é no segredo!

    Leanndru

    quarta-feira, 19 de dezembro de 2007

    Espelhos

    Por que se importar com começos ou fim?

    Não existe começo, nao exite meio, e o fim acontece a cada momento.

    Tire sua maquiagem, tire seus olhos, sua pele, seja alguem que voce nunca imaginou ser.


    Todos acabam, poucos começam. É preciso aceitar ter fim, pra poder ter começo!

    Leanndru