quarta-feira, 2 de setembro de 2015

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O tempo perguntou ao tempo quanto tempo o tempo tem. O tempo não pode responder. Morava em São Paulo e estava sem tempo.

O despertador me alerta, tenho 6 horas para dormir. Ansioso, perco o descanso pensando se conseguirei descansar.
Berros agudos sem palavras me levantam, e  já com o café na minha boca percebo que me arrumei: Automático, maquínico, pão com requeijão,  gasolina, piloto automático. Bati o ponto (que dia da semana? Como mesmo cheguei aqui?). Caminho sulcado, rotina implacável, corpo preso aos trilhos, senso critico calejado.
Domingo sei que vou me distrair. Marquei algo com não sei quem que não vejo há não lembro quanto tempo. Mas, logo vejo no celular (se conseguir escapar do labirinto de aplicativos exigindo minha atenção, aplicativos mimados, chorando com suas luzes, me puxando com sua vibração). Olhando a agenda descubro o que marquei (memoria externa, que dia do mês é mesmo?).
Atendi, trabalhei, fiz curso presencial, fiz curso a distancia, academia, limpei a casa, lavei e estendi a roupa,  dei risada, dei comida ao gato, limpei sua areia,  ouvi musica, preparei o trabalho de amanha, vi minha série, um pouco da timeline, banho, dentes, converso com minha mulher, transamos, damos risada, tenho 6 horas para dormir e não fiz nada no dia de hoje. Nunca da para fazer nada nos dias de hoje...

                                      Meu coração bate cem anos a cada dia.

...Leanndru Sussmann

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